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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Entre o Marlboro e o Bagavaghita




Há algum tempo venho pensando (eu disse só pensando) em parar de fumar
É incrível, mas não existe clínica só para isso e muito menos SPA.
Todo mundo faz tanto drama com o cigarro, inventam leis para tornarem a vida dos fumantes insuportáveis, mas ninguém inventa uma clínica para nos ajudar?
Então é isso temos que ter a tal força de vontade e pronto?
Será que alguém sabe o que é uma pessoa em plena crise de abstinência?
Todas as vezes que ameaço fazer isso minhas filhas dizem que vão morar com o pai
Já pensei nisso até como forma de castigo, muito melhor que cortar computador ou mesada.
Elas aprontam e eu digo: Se isso acontecer outra vez paro de fumar.
Sempre funciona.
Mas como ando incomodada com o cheiro e com a pele (meu pulmão vai bem obrigada) fiquei tentando imaginar uma forma de fazer isso. Tentando enlouquecer o mínimo possível e evitando que as crianças fujam de casa.
Até o Ronaldo quando me escuta falar que vou parar, sempre me lembra que quando veio trabalhar comigo eu havia parado por 2 dias e que por muito pouco ele não pensou em largar o emprego.
Foi ai que tive a brilhante idéia de fazer um retiro, literalmente me retirar do convívio social.
Há anos adoro ir ao templo Hare Krishna, estranhamente quando estou lá não sinto vontade de fumar (não muita).
Recentemente descobri um templo perto da minha casa, tem um restaurante incrível.
Eu confesso, vou ao templo por que amo a comida e adoro dançar e a última vez que fui à igreja católica, isso tem uma semana, o mesmo dia em que saí para uma noitada com meu irmão que terminou no dia seguinte, fui só por que queria beber água benta (No meu caso achei melhor beber), de qualquer forma eu vou, isso é o que importa. Quem sabe de alguma forma mágica não acabo virando uma pessoa muito espiritualizada?
Fui aos poucos, fiquei amiga do dono do restaurante, um devoto gente boa e a mulher dele estranhamente foi com a minha cara.
Eu estava indo bem
Falei que gostaria de ficar uma semana por lá que queria entender melhor o Bagavaghita e superficialmente falei do cigarro rsrsrs
Tudo ia bem, ele disse que ia falar com o responsável e me daria à resposta na outra semana.
Fiquei um pouco irritada, compro nas melhores lojas do Rio (todo mundo me deixa fumar lá) vou aos melhores restaurantes (alguns até me deixam fumar) e para ficar uma semana em um templo eu teria que esperar para ser aprovada?
Ok devia ser algum tipo de “teste” de fé.

No dia seguinte voltei ao templo só para dar um empurrãozinho, afinal a fé move montanhas, mas temos que estar lá com nossa pazinha rsrsrsr.
Ele estava bem empolgado, disse que tinha certeza de que não haveria problema e que provavelmente na próxima semana eu já poderia levar meu “colchonete”.
Ei ele disse colchonete?
Disse e não ficou por ai não, continuou falando sobre a rotina do templo.
Eu deveria acordar as 4:30hs da manha começar a meditar, depois, alimentar as estátuas, talvez um banho (na estátua claro), as 8:00hs o café da manha seria servido, provavelmente preparado por mim.
Hora de dormir, 20:00hs, sem TV, sem computador e sem contato com o mundo exterior.
Claro que não perdi a pose enquanto ele falava, balançava a cabeça concordando enquanto pensava: Ele acha mesmo que em meia hora não coloco esse bando de devotos para fazerem tudo isso para mim?
Será que ele não sabe que minha especialidade é quebrar regras?
Fato que eu ia levar o celular e com toda essa pressão provavelmente um maço de Marlboro também.
Eu só queria parar de fumar, na verdade nem queria tanto assim foi apensa uma idéia que passou pela minha cabeça.
Não queria virar Budha
Bom a semana passou fumei muito nesse período, afinal meus dias podiam estar contados rsrs.
Uma coisa me incomodava, será que eles iriam fazer um levantamento da minha ficha?
Como eu já disse, sempre gostei de templos e há alguns anos eu freqüentava o do Leblon (isso realmente tem muitos anos) eu ia com a Ana minha amiga, aprontamos “algumas coisas” por lá mas os caras são legais. Algum tempo depois fui novamente recebida e tudo esquecido.
Maaaaas como eu sempre consigo uma forma de me encrencar, acabei digamos tendo um pequeno caso com o presidente do templo, nada sério, nada de mais, eu nem estava apaixonada só fiquei curiosa sobre a coisa do sexo tântrico.
Bom o sexo tântrico não tem nada a ver com os Hare Krishnas descobri depois.
O problema era que o presidente do templo era casado e também tinha uma historia de não poder beber álcool
Poxa eu não sabia que era tudo levado tão a serio e acabei o convencendo de que algumas (muitas) doses de whisky não iam matar ninguém, Krishna ia entender.
Não entendeu.
Nem a mulher dele quando ele foi falar que ia se separar e cortar o rabinho.
Acho que ele também não entendeu. Não era nada disso que eu queria só estava mais uma vez fazendo o que sempre fiz, me metendo em confusão sem medir as conseqüências.
Devia ter algum trecho no Bagavaghita que me redimisse desse “pecado”.Ate a Bíblia tem...
Hoje voltei ao templo, encontrei um devoto dos tempos do antigo templo do Leblon, felizmente ele não lembrava nada, seqüela só pode.
Disse até para o outro lá que tinha ficado de me dar à resposta que ele colocava a mão no fogo por mim e que eu era uma devota muito assídua.
Nunca fui devota de nada nem de ninguém, mas não contrariei.
Finalmente o cara que tinha ficado de me “aprovar” disse que eu teria que freqüentar mais tempo e ai então eles iriam resolver.
Fiquei irritada, mas não dei bandeira.
Como sempre fui uma pessoa de sorte bem na porta dei de cara com uma senhora com um sari bem bonito e cara séria que veio me perguntar se eu era amiga do Harí (o devoto desmemoriado)
Respondi que sim e ela me convidou para ficar os finais de semana no templo
Yes eu pensei na hora, imagina se eu me daria por vencida tão fácil.
Falei que infelizmente haviam me falado que para ficar lá eu teria que esperar um “tempo”, ela se indignou e disse que quem cuidava disso era ela, pegou meu telefone e falou que eu era bem vinda.
Eu tinha vencido
Infelizmente para eles minhas vontades não costumam durar muito tempo
Entrei feliz no meu carro ascendi um Marlboro e dei um longo trago de puro prazer.


Ps Tudo na vida é conhecimento salvei o telefone dela também, afinal posso mudar de idéia outra vez e quem não gosta de furar fila?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

http://videos.r7.com/as-mulheres-que-foram-atraidas-pelo-crime/idmedia/cdaa0a3464870f0eb51a7345330bf6a4.html

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A vida sem rede de segurança.




Quando eu usava droga, não tinha mêdo de nada.
Assim que parei, comecei a ter mêdo de tudo.
Tudo era novo a vida era uma descoberta diária
O primeiro beijo careta, sair para dançar, cuidar de mim, da casa e das crianças,
Descobrir que tudo tinha uma conseqüência (ta bom conseqüências sempre tive só que não ligava rs)
Me sentir inadequada em determinadas situações ou com algumas pessoas
Mas o que pegava mais e até hoje ainda não é fácil, era lidar com um bando de sentimentos que chegavam ao mesmo tempo .Eu não sabia nem que nome dar a eles (muito menos o que fazer com eles).
No meio disso tudo ainda fui me descobrindo todos os dias.
O que eu gostava, o que fazia diferença e principalmente o que me fazia feliz de verdade.
Lembro um por do sol que vi em Bali depois de um dia de surf, me emocionei e agradeci por ter sobrevivido e por estar ali.
Tão perto de Deus
Claro hoje estou muito melhor, mas acho que ainda não aprendi a ser hábil com as palavras.
Minha cabeça pensa tão rápido e não consigo colocar as coisas em ordem, ai clarooooo sou tomada pelo mêdo e acabo recuando em situações que talvez não oferecessem muito risco.
Patético isso vindo de uma pessoa que ama o risco, mas para minha surpresa até eu tenho meus limites rsrsrsr.

Acho que na verdade quanto mais jovem se é mais a vida gira em torno da busca por diversão
Ai você cresce e aprende a ser mais cautelosa
Afinal sempre se pode quebrar um osso ou um coração
Aprendemos a olhar antes de saltar, por que nem sempre há alguém embaixo para amparar a queda.
Na vida não há redes de segurança

Quando foi que a vida parou de ser divertida e se tornou assustadora?

Acho que já é hora de deixar o mêdo para trás e me divertir


Ps Será que eu devia aprender a tal “dança do poste?”.
Ps 2 Nossa escrevi diversão com Ç a coisa ta feia mesmo ...