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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Defeito colateral.


Meu cardiologista me passou ontem medicações novas.
Para quem leu o livro ou me conhece, sabe que tenho efeito colateral até de melhoral infantil.
Acordei péssima
Depois de um almoço que desceu quadrado, talvez engasgado com o choro preso que da um nó na garganta.
Fui pegar meu cartão de crédito que eu tinha deixado com a Mariah, quem sabe assim eu podia comprar alguma coisa que fizesse eu me sentir melhor. Mas vi a inutilidade dele, já que o que o que eu precisava não se vende em lojas e hoje me pareceu tão distante, tão irreal.
Já era final de tarde e fui sentar na praia para ver o mar, sempre me sinto melhor olhando para ele.
Fiquei alguns momentos ali, olhava o mar e esperava conseguir respostas que fizessem tudo ter algum sentido.
Claro tenho alguns “amigos” que eu podia ter ligado e tentar desabafar, mas por algum motivo isso nunca funciona.
Quando olho para as outras pessoas as palavras se perdem, os problemas ou mesmo as coisas bobas que me atormentam às vezes parecem besteiras e acabo não conseguindo falar.
É incrível os estragos que podem ser feitos na infância e depois levamos para o resto da vida
Não importa se foram feitos por nossos pais, pela forma como fomos criados ou por nós mesmos, eles estão presentes em cada atitude imprópria ou na forma como lidamos com o que não é bom de sentir.
Somos seres sozinhos e isso devia estar claro, mas nunca fica.
Cada pessoa um universo, cabeças e corações atormentados, cheios de perguntas, anseios e dúvidas.
Alguma coisa nos liga, mas estar ligados não significa sermos um só.
Sou apaixonada pela vida e por todas as possibilidades que ela oferece dia a dia.
Meu estado natural é feliz, otimista e não sei nem gosto de me sentir de outra forma, acho até que não mereço nada além do que não seja felicidade pura e simples.
Já tive minha cota de dor.
Percebi sentada na praia como as pessoas lidam de forma estranha com a dor.(Legal pelo menos não sou só eu rs)
Um grupo de surfistas sentados não muito distante olhavam até perceberem que eu estava chorando. Outras pessoas que passavam também se constrangiam.
Onde é que foi parar a espontaneidade?
A que nos faz falar o que sentimos, pensamos e queremos sem vergonha?
A mesma que nos faz pedir ao invés de querer que as outras pessoas adivinhem nossos desejos ou sejam nossos salvadores?
Ser por ser, sentir por sentir só por que é real...
Fiquei olhando uma gaivota que andava pela areia perto da água, tão sem jeito quanto eu sentada de vestido ali.
A diferença é que ela sabia o que estava fazendo.
Eu às vezes não sei.
Então depois de mais algum tempo sem respostas e nada melhor fiz o que fiz a vida toda.
Levantei e andei pela areia de volta para o carro com passos de quem sabe onde quer chegar.


Ps 1 Tudo bem talvez seja só DEFEITO colateral do remédio e isso também vai passar.


Ps 2 Quem disse que coração não dói?

sábado, 14 de novembro de 2009

TPM ou inferno astral fora de hora?


Essa semana já prometia, depois dessa maldita matéria em pleno domingo.
Claro que não seria uma semana fácil, mas como sou otimista...
Já tinham três dias que a bomba aqui de casa tinha explodido (a outra bomba a da água)
Coisa de casa, sempre uma coisa resolve dar defeito quando você está dando defeito também.
Tudo bem.
Sai de casa, não liguei a bomba, mas liguei o foda-se.
Nessa sexta, acordei resolvida que já estava de bom tamanho.
Gritei o Ronaaaaaaaaaldo que gritou o homem da obra ao lado, que me disse quanto eu teria que gastar para concertar a bomba e eu... Gritei.
Gritei, mas paguei não ia ficar sem água quente e me parece que tem algumas pessoas que não dão a menor bola para os meus gritos. Tipo esses que vem concertar alguma coisa.
Continuam me olhando com cara de paisagem e no fim acabo fazendo o que tem de ser feito ou o que eles me dizem que tem de ser feito
Bom, bomba resolvida fui dar uma volta no shopping, ia almoçar com a Mariah que também resolveu dar defeito (felizmente mais barato que a bomba) e fomos comer minha batata frita predileta lotada de cheddar.
Mariah parou de dar defeito, mas aí foi a vez da batata.
Um cheddar amarelo.
Sou comedora compulsiva dessa batata, como quase todos os dias e sei a cor do queijo.
Provei, afinal podia ser só a interferência do inicio da semana ou meu dia.
Não era.
Chamei a gerente que gentilmente me explicou que o fornecedor não tinha chegado e blá blá bla.
Jurou que não ia ficar assim para sempre.
Tudo bem...
A bomba a batata, mas ainda tinha o dia pela frente.
Resolvi ir ao salão (odeio salão) eu devia saber que não era uma boa idéia.
Resolvi fazer uma massagem, afinal tudo que ando passando vai direto para meu trapézio.
Adivinhem?
O óleo da massagista tinha acabado
Tudo bem...
Respirei fundo, eu queria muito a massagem e pedi para o Ronaaaaaldo pegar em casa.Tenho vários que trouxe de Bali, sorte a minha.
Fiquei fumando cigarro “S” no calor de 150 graus, claro do lado de fora do salão enquanto esperava.
Tive momentos ótimos durante a espera e o cigarro, mas isso não vem ao caso.
Chegado o tal óleo fui para a sala, tirei a roupa e deitei na maca.
Ops
Não era maca de massagem e sim de depilação, ou seja, não tinha como ficar com o pescoço reto.
Tentei relevar afinal era um salão e não um SPA. Alem disso a moça tinha cara de que sabia o que ia fazer.
Sabia mesmo
Por 45 minutos tive momentos mágicos, olhos fechados o perfume me levou a Bali.
Claro se não fosse o podólogo e sua cliente tagarela na sala ao lado teria sido perfeito
Completamente besuntada de óleo fui lavar a cabeça e já que estava no inferno (já disse odeio salão) fui fazer a unha também
Não gosto de fazer a unha, então para não demorar não tiro cutiluca.
Pronto por que fui falar isso para a manicure?
Mas tem que tirar
Não tenho
Mas não vai ficar bom
Vai sim
Má vontade instalada, enquanto tirava o antigo esmalte quase quebrava minha unha.
Na hora em que dei a segunda mão para ela...
Um grito histérico.
Fiquei parada olhando e esperando ela acabar o grito agudo para depois perguntar o motivo
O motivo?
A cobra.
Tenho um anel de cobra que amo, ela pelo visto não gostou.
Me pediu para virar o anel para o outro lado e eu pedi para ela não fazer mais minha unha.
Fui para casa com uma mão feita e a outra não
Depois disso tudo tive alguns outros problemas alguns com e-mail outros com telefonemas no meio da noite
265 gotas de rivotril deveriam ser o bastante para fazerem apagar o dia e me apagar também.
Como não sou boba nem nada, hoje não coloquei o pé na rua, fiquei por aqui inventando coisas para trocar de lugar.
Mesmo assim não foi um dia fácil, mas prefiro não falar sobre isso.
Deitada no sofá da varanda enquanto escrevia esse texto ao som de Chaplin no piano, consegui finalmente rir.

Mais uma vez fui otimista e fui buscar o lado bom das coisas
A bomba (da água pelo menos) está resolvida
O cheddar não vai ficar assim para sempre (a gerente jurou)
Deve ser bom para a unha ficar uns dias sem esmalte (alguém me disse isso)
A cobra, era de brilhante.
Bom para terminar graças a Deus tenho bom gosto musical, afinal eu podia estar ouvindo Funk em vez de Chaplin no piano o que tornaria esse texto bastante diferente.




Ps Algumas outras coisas não se resolveram, mas lí que o rio encontra o mar.
Ou não...

domingo, 8 de novembro de 2009

Revista IstoE ...Isto é no minimo ridiculo


Hoje acordei e fui ler a matéria da revista Isto E
Impossível não chorar e não ter ficado indignada com o que li.
Mentiras, distorções e claro sensacionalismo.
Eu já devia estar acostumada a isso, mas não estou.
E acho que nunca vou me conformar com esse tipo imprensa, que mente, que não se coloca inteiramente a par dos fatos antes de escrever qualquer coisa, que compromete e principalmente que não da a mínima.
Me senti da mesma forma de quando li matérias mentirosas, quando eu tinha 15 anos.
Passei muito tempo calada.
Hoje não me calo mais
Sinto e estou sentindo uma tristeza profunda por ver nas linhas de um repórter incompetente ou no mínimo inconseqüente, minha historia mais uma vez sendo distorcida.
Começando pelo titulo da matéria: A princesinha do trafico.
Seguido por outras alucinações
Vamos lá...
Quem leu o livro sabe que nunca fui traficante.
Uma vez ganhei de um dono de morro sim uma quantidade para tentar vender, coisa que não tive o menor sucesso, já que dei para amigos e usei praticamente tudo, o que sobrou meu pai jogou fora.
Se o trafico do Rio de janeiro dependesse dos meus talentos ou até da minha vontade de fazer isso estaria ferrado
Meu nome não é Johnny, esse cara pirou?
Minha historia nunca foi de tráfico e sim de uso
Em nenhum momento escrevi ou falei para esse desvairado que o gringo foi dono de algum morro
Será que ele tem noção do que isso pode me causar ou comprometer?
Provavelmente não, ou não faz diferença.
A idéia do seqüestro não foi minha, isso está bastante claro no livro também.
Não acredito que mais uma vez tenho que me explicar sobre isso...
Ele escreve também que roubei jóias de família.
As jóias que troquei por droga eram minhas, algumas vinhas de família sim, mas me pertenciam.
Nunca roubei minha família.
Ok traficante e ladra a coisa tá indo bem...
Quando ele fala sobre o episodio do rapaz que foi morto no morro e teve o corpo feito de tiro ao alvo, parece que eu estava com uma arma na cintura trabalhando.
Definitivamente esse cara é desinformado, detesto trabalho seja ele de que tipo.
Estava comprando drogas, pessoas que usam drogas tem esse habito, o de comprar.
Vários abortos???
Bom nem vou falar sobre isso.
Ele escreve que fiquei quatro anos sem ver minha filha Maria Julia, mais uma mentira.
Equilibrava pratos para poder estar perto dela, mesmo quando ela estava morando com meu pai.O único período que fiquei sem ver a Maria Julia, mas falava com ela todos os dias no telefone, foi quando morei em Londres em mais uma tentativa de ficar de pé e poder estar perto dela.
Na vida às vezes temos que renunciar para não perder
Ele escreve que fiquei com uma lesão no cérebro.
Não fiquei tive, lesão para quem não sabe é como uma ferida superficial que com algum tempo sem o uso se fecha como um machucado.
Não tenho lesão
A parte boa é que hoje sinto, sinto tudo.
Meu sentimento é de tristeza, impotência e raiva bastante raiva.
Minha vontade era pegar o repórter pelo braço, depois de dar uns tapas claro e falar: Agora senta e escreve isso direito.
Se ele não tem um compromisso com a verdade eu tenho, sempre tive mesmo nos piores momentos.
Essa é a nossa imprensa, são pessoas como esse repórteres que nos enfiam matérias, informações todos os dias garganta abaixo, sem base e sem conhecimento.

Esse mesmo repórter me ligou dias depois perguntando se eu não conhecia nenhum gay que seja pai ou mãe que queira fazer uma matéria e como ele disse mostrar a cara
Ainda brincou falando: Só pego pepino
Bom acho que é isso ne, pepino essa é a forma que matérias são vistas.
Liberdade de imprensa para isso?
Aff

Acho que eu e minha família já tivemos nossa dose de sofrimento na vida, não precisamos disso.
Qualquer matéria, qualquer divulgação que não seja para AJUDAR jovens e familiares não me interessa.
Não acredito que essa matéria tenho tido esse propósito e muito menos o resultado que eu gostaria AJUDAR, levar um pouco de esperança para pais que estão perdendo seus filhos.
Alertar jovens a não entrarem nessa ou ajudar de alguma forma os que já estão


Abaixo segue o e mail que mandei para ele hoje em um surto de impulsividade, mas não retiro uma linha do que escrevi.
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matéria‏
De: Ana Karina Cahet (anacahet@hotmail.com)

Enviada: Domingo, 8 de novembro de 2009 17:33:19
Para: waquino isto é (waquino@istoe.com.br)
Acabei de ler a sua matéria.
Bom vamos por partes
Em que momento eu falei para vc ou escrevi no meu livro que fui traficante?
No meu livro falo sim sobre uma vez em que o dono de um morro me deu uma quantidade de droga, que tentei vender, mas usei tudo e o resto meu pai jogou fora.
1 Em que momento falei para vc que usei heroína?
2 Em que momento falei ou escrevi no livro que o Gringo era dono de morro?
3 E a quantidade enorme de abortos?
4 Eu não disse que roubei jóias de família, disse que vendi minhas jóias, algumas vieram de família, mas eram minhas.
Não roubei minha família
Ate que parte do livro vc se deu ao trabalho de ler?
Pois ali fica bem claro que a idéia do seqüestro não foi minha, eu tinha acabado de fazer 15 anos lembra?
Esta bastante claro que não foi idéia minha, e mais claro ainda que realmente foi um seqüestro.
Tive conseqüências disso
Vc alterou fatos, distorceu e mudou ordens que fazem muita diferença.
5 Falei para vc que o medico disse que em cinco anos minha lesão estaria curada como uma ferida que fecha
Não tenho lesão, tive.
Por sorte minha esse mesmo medico esta hj no Brasil
Será que vc tem noção do peso das coisas que vc escreveu e de como isso pode refletir na minha vida
A princesinha do trafico?
Surtou?
Tenho família, vc tem?
Tenho filhas, que provavelmente vão escutar seus péssimos comentários.
Tenho ex-marido e amigos
Mais acho que o pior é vc ter conseguido transformar uma historia de uma pessoa com transtorno bipolar, que sofreu, teve perdas e superou, na historia de uma aspirante a marginal como vc mesmo escreveu na sua matéria infundada e de mal gosto.
Minha intenção com o livro ou cm qualquer matéria relacionada a ele, é a de alertar, ajudar pessoas que passam ou podem vir a passar pelo caminho de drogas.
Qualquer sensacionalismo não acrescenta nada e não ajuda a ninguém

Ps Para sua informçãpa palavra mais adequada para se referir a uma pessoa que usa droga não é ex-viciado e sim Dependente Químico.
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E a vida continua
Ps Grande do que falei esta gravado e postado no Youtube